A Mostra Audiovisual Internacional em Arqueologia — MAIA — reabriu uma nova tela ao vasto universo cultural da humanidade e das diversas narrativas elaboradas sobre as sociedades humanas no tempo. Na quarta edição, realizada nos dias 24, 25 e 26 de junho de 2019 no Centro de Pesquisa e Formação do SESC São Paulo, a MAIA reiterou o diálogo transversal entre ciência e arte, no âmbito da arqueologia, sobremodo em seu potencial simbólico e expressivo, conjugando narrativas audiovisuais aos estudos e projetos significativos apresentados por convidados internacionais e brasileiros.
Ao compreender, no limite, tudo aquilo que desvela a própria existência cultural humana no tempo e no território — existência que constrói e habita paisagens — a arqueologia então se desdobra em múltiplas perspectivas, pelas quais (re)descobrimos e (re)construímos tantas e diversas histórias.
Assim, a cada nova edição, a MAIA reúne obras audiovisuais articuladas a um Ciclo de Conferências com a presença de convidados especiais que apresentam temas relacionados aos conteúdos narrativos exibidos, constituindo-se como evento cultural a promover o debate amplo em questões contemporâneas relativas à memória social e ao patrimônio de culturas humanas a partir do mote da arqueologia, seja ela como ciência, seja ela como metáfora significativa ou mesmo enquanto símbolo presente em documentários, inclusive narrativas híbridas e experimentais.
Os filmes selecionados convidam à reflexão sobre a memória abrigada em símbolos, ritos e paisagens, em lugares e tempos distintos, como as imagens ancestrais preservadas na Caverna Chauvet; o patrimônio histórico urbano de antigas cidades (Atenas, Palmira); a diversa paisagem cultural do Mediterrâneo; a interseção de universos (i)memoriais no Chile; a presença do passado humano na Amazônia; a importância do vídeo como instrumento de registro da cultura indígena.
Tais narrativas em tela se articularam aos conteúdos apresentados pelos nossos convidados, com experiências significativas relacionadas ao patrimônio cultural, não apenas de interesse evidentemente histórico e arqueológico, mas sobretudo pela transversalidade já exposta no título deste Ciclo — Paisagens da Memória: Arte e Patrimônio — que expandiu as fronteiras daquelas instâncias mais imediatas, ao provocar ressonâncias em questões relevantes da diversidade cultural, dos direitos humanos, das tecnologias de preservação e conservação, da arquitetura, da antropologia e da história da arte.
Silvio Luiz Cordeiro
Idealizador e Curador da MAIA
Conferencistas Internacionais
Maria da Conceição Lopes
Coordenadora do CEAACP – Centro de Estudos de Arqueologia, Artes e Ciências do Patrimônio da Universidade de Coimbra, Portugal.
Dominique Baffier
Integrante da Equipe Científica da Caverna Chauvet e do Laboratório de Etnologia Pré-Histórica ArcScan / CNRS, França
Vasiliki Eleftheriou
Diretora do Serviço de Restauração da Acrópole de Atenas, Grécia
Conferencistas Brasileiros
Caimi Waiassé Xavante
Documentarista e educador indígena na Aldeia Etenhiritipá, Mato Grosso
Claide de Paula Moraes
Arqueólogo docente da UFOPA
Luis Ludmer
Arquiteto, produtor artístico e documentarista
Paulo Tavares
Arquiteto docente da UnB e colaborador da agência de pesquisa Forensic Architecture
Silvio Luiz Cordeiro
Arquiteto, arqueólogo e documentarista
Mediadoras
Angela Pappiani
Escritora e produtora cultural especializada em cultura indígena
Patrícia Pontin
Historiadora e arqueóloga
MAIA
Concepção e Curadoria
Silvio Luiz Cordeiro
Coordenação e Produção
Luís Ludmer
Silvio Luiz Cordeiro
Assistentes de Produção
Annick Arnoult
Laura Cordeiro Teruya
Patrícia Boreggio do Valle Pontin
Arte
Silvio Luiz Cordeiro
Apoio
Consulado Geral da República Francesa em São Paulo
Instituto Francês do Brasil
Consulado Geral da República Helênica em São Paulo
Realização
Museu Imaginário
SESC